A nota diz que o partido não pode ser aliado objetivo do reacionarismo

Nesta quinta-feira (18), Roberto Freire e a Direção Executiva Nacional do Cidadania manifestaram-se através de uma nota, na qual desaprova pedido inédito de impeachment contra o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
O documento foi publicado após o Senador Jorge Kajuru (Cidadania) junto ao jornalista Caio Copolla terem movido, na última segunda (15) um abaixo-assinado com 2,5 milhões de assinaturas, pedindo o impeachment do Ministro do Supremo.
Na segunda, Kajuru concedeu entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan, onde contou sobre o processo movido contra Moraes.
“Eu entrei com o pedido sozinho e tive a sorte de 15 dias atrás ser procurado pelo Caio e ele me ascendeu, disse ‘Vamos botar fogo no Brasil’ e disse que meu pedido era muito bem embasado e me falou sobre o abaixo-assinado. Começamos hoje e já temos quase 2 milhões de assinaturas”, contou.
O Senador também contou a sua motivação em ter movido tal processo, que segundo ele, foram os erros sucessivos do Ministro.
“Desde o momento dele como secretário de segurança pública em São Paulo já era motivo de CPI. Depois ele virou ministro da justiça do Michel Temer, ali o governo Temer era um caldeirão de corrupção. De repente esse homem chega ao STF e foi cometendo erro um atrás do outro, especialmente o da arrogância que é um preço lamentável. Arrogância para mim é o maior defeito de uma pessoa. A pessoa não pode achar que é mais importante que o cargo. Os erros dele foram claros, factuais e foi fácil fazer o embasamento juridicamente para pedir o impeachment dele. A população brasileira pode provocar o primeiro impeachment da história do Brasil [no STF]”, declarou.
A atitude do parlamentar não foi vista com bons olhos pela executiva nacional de seu partido.
De acordo com o posicionamento do Partido, “atacar o STF é se alinhar às forças reacionárias e obscurantistas que atentam contra as instituições republicanas e contra a própria democracia”, o que não condiz com a atuação do Cidadania, diz a nota.
Veja a Nota do Cidadania na Íntegra
O Cidadania é um partido plural.
Esta diversidade estrutural se apoia em princípios democráticos consistentes e no respeito às consciências individuais, que têm o direito de se expressar com liberdade, no limite da lei.
Defender o direito de alguém propor algo, porém, não significa concordar com o que é proposto.
Por isso, a Executiva Nacional do Cidadania informa que desautoriza, neste momento, qualquer ação em nome do partido que proponha o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda mais do ministro Alexandre de Moraes, que atua de forma firme contra os extremistas produtores e divulgadores de fake news para destruir reputações de pessoas e instituições.
A mobilização pelo impedimento do ministro Alexandre de Moraes, portanto, não é uma ação partidária. Não condiz com a atuação política do Cidadania na atual conjuntura, em que crises superpostas se somam à ineficiência e à falta de empatia do governo Bolsonaro para desestabilizar o país.
Na avaliação desta Executiva Nacional, atacar o STF é se alinhar às forças reacionárias e obscurantistas que atentam contra as instituições republicanas e contra a própria democracia.
Roberto Freire,
Executiva Nacional do Cidadania
Redação Gabinete Paraíba