Uma borboleta me ensinou…

Por Wéverton Correia

Hoje, terça-feira, 15 de junho, embarquei no ônibus 510, bem cedinho, num trajeto do centro da cidade de João Pessoa com direção ao bairro do Bessa, onde fica a casa de uma de minhas tias.

Ônibus 510. Foto: Thalison Santos/Reprodução.

Como de costume, gosto sempre de levar algum livro comigo, para ler durante a “viagem”. Na ocasião, eu lia uma obra sobre folclore político e me divertia com as estórias engraçadas ali contadas, pelo jornalista e político paraibano, Severino Ramalho Leite.

Além de mim, subiu naquele mesmo coletivo, um homem de aproximadamente uns 50 anos, era um cadeirante.

Eu tentava ler o livro, mas era atraído pelos movimentos circulares que aquele senhor fazia com seus braços, na sua cadeira de rodas. Estava se alongando, muito provavelmente.

Cadeirante. Foto: Reprodução.

Passei a observar atento. Vi que o mesmo não tinha as duas pernas. Possuía, contudo, uma bolsa nas costas de sua cadeira, com algo que parecia uma raquete de tênis.

Perto de sua parada, já próximo ao Mercado de Artesanato de Tambaú, o homem preparava-se para descer, enquanto o motorista mexia no elevador do ônibus; neste instante, uma Borboleta Monarca, muito bonita, entrou pela porta e pousou exatamente onde o cadeirante estava, antes de descer.

As borboletas sempre me ensinam muito, acerca da existência. É um dos seres mais lindos e fascinantes. Como eu acredito que nada é por acaso, senti que naquele momento, Deus (ou a vida, como queira entender), estava me oferecendo mais uma oportunidade para aprender.

Quando o homem finalmente desceu, por um lado, a borboleta se foi pela janela do outro. Naquele momento eu fiquei pensativo.

A vida é feita de muitos obstáculos, muitas dificuldades, muitos desafios que batem à nossa porta cotidianamente. Para algumas pessoas pode ser no campo do trabalho, das finanças, nos relacionamentos; para outras na saúde, na perda de um ente querido para o coronavírus ou mesmo, uma deficiência.

O cadeirante no ônibus, apesar de sua limitação física, alongava-se, mexia os braços parecendo querer voar, meio que dançava na cadeira e realmente estava ouvindo uma música muito envolvente, em seus fones de ouvido. Levava a raquete, talvez estava ali, diante de mim, um paratleta. Não sei exatamente.

Qual circunstância levou aquele homem a tornar-se uma pessoa com deficiência? Esta é, certamente, a pergunta que nos vem, inicialmente, à cabeça, assim como a pergunta de como nos encontramos em determinada situação conflituosa de nossa vida.

Eu não sei o que levou aquele homem a ser um cadeirante, mas uma coisa esta experiência me ensinou: como uma borboleta, aquele senhor aprendeu a superar seu casulo, as dificuldades que o paralisavam e decidiu passar por uma transformação em sua vida.

Aquela borboleta veio para me fazer enxergar que a verdadeira deficiência está em mim, no medo dos desafios e obstáculos, que me assolam, mas ao mesmo tempo, mostrou-me o poder da transformação e da superação das dificuldades que tenho vivido e que você, também têm passado, ainda mais neste momento pandêmico. Esteja pronto. O sinal que você procura está a um passo à frente, ou simplesmente em uma rápida olhada pela janela do ônibus da vida.

4 comentários sobre “Uma borboleta me ensinou…

  1. Eu me sentia triste por não ter um par de sapatos… até que um dia encontrei um homem que não tinha os pés. Este homem com um largo e sincero sorriso olhou-me nos olhos e exclamou: Bom dia senhor, está um lindo dia que maravilha!!!
    Do Livro: A UNIVERSIDADE DO SUCESSO – OG. Mandino

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  2. Em dia comum, indo ao trabalho, após descer do ônibus e atravessando a faixa de pedestres que fica em frente um posto de gasolina, na Epitácio Pessoa, eu avistei um beija-flor no canteiro central e em seguida, avisto trabalhadores da construção civil. Daí, quando chegara no ambiente de trabalho pensativo, eu escrevi o textinho a abaixo:
    A vista que ultrapassa o vidro da janela do ônibus, fixa as imagens mais diversas. Um dia, eu vejo um casal de corujas que em uma rotatória estabeleceu seu ninho. Daí uma alma caridosa fez um poleiro para o casal.
    Noutro dia, a vista foi mais bela (mas não de menor significado). A cena de um beija-flor que contornara o seu voo entre os carros ou contornara os carros com seu voo em plena Av. Epitácio Pessoa. Saira de um ponto a outro para cumprir a sua sina.
    E a natureza vai mais uma vez se adaptando, demonstrando com singelos movimentos que a vida não pode parar.
    E eu? Eu vou mirando o futuro entre concreto sentimentos e observando estas lindezas que Deus permite-me ver. Cotidianos acontecimentos que me diz mais do que eu posso absolver.

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